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Hoje é a noite dos "toiros brancos" nas Caldas da Rainha!
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Abre hoje a bilheteira para a Feira de Alcochete

Abre hoje, sábado, às 15h00, em Alcochete, no Largo de São João, a bilheteira para a Feira do Toiro-Toiro - com duas grandes corridas nos dias 11 e 14 de Agosto e um espectáculo de Gala Equestre no dia 15.
Como manda a tradição, a primeira corrida (domingo, 11, às 18h00) será o Concurso de Ganadarias (37º) , que este ano terá a significativa designação de Concurso de Ganadarias Associadas "António M. Cardoso Nené". Lidam-se toiros de Prudêncio, António Silva, Vinhas, Fernandes de Castro, Canas Vigouroux e José Pereira Palha. O cartel é de alta competição, formado pelos cavaleiros Luis Rouxinol, João Telles e Francisco Palha. Pegam, como sempre, em solitário, os Forcados Amadores de Alcochete, comandados por Nuno Santana.
No dia 14 (quarta-feira, às 22h00) terá lugar a Corrida de Exaltação ao Toiro-Toiro com três exemplares da ganadaria Palha e três da ganadaria Vinhas. Cartel com estilos para todos os gostos com os cavaleiros António Telles, Rui Salvador, Gilberto Filipe, Manuel Telles Bastos, Luis Rouxinol Jr. e António Prates. Pegam os forcados amadores de Montemor e do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, capitaneados respectivamente por António Vacas de Carvalho e Marcelo Lóia.
Na quinta-feira, dia 15 (22h15) haverá a Gala Equestre Herança Lusitana com a participação do grupo musical Raya Real.
Apresse-se, não se atrase a garantir o seu bilhete! Vamos esgotar Alcochete!
Foto D.R.
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Vila Franca e Alcochete: as 6 grandes pegas da Tourada Real em Salvaterra
A quinta e última pega dos vilafranquenses esteve a cargo dd João Matos, que executou com raça e decisão ao primeiro intento, com o grupo a ajudar muito bem 6ª pega - Manuel Pinto (Alcochete) |
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José Luis Figueiredo já em casa e a recuperar favoravelmente
Desde ontem em casa e a recuperar muito favoravelmente do incidente de percurso que o obrigou a estar alguns dias internado na Fundação Champallimaud, em Lisboa, onde foi operado ao estômago, José Luis Figueiredo, glória da forcadagem nacional, antigo cabo dos Amadores do Montijo, forcado também dos Amadores Lusitanos e ex-fuzileiro, expressou ontem no site "Porta dos Sustos", de que é cronista, os seus agradecimento a todos os familiares e amigos que o acompanharam nesta difícil "pega":
Meus queridos, apesar de ter estado soberbamente instalado, numa catedral de dimensão mundial, voltar a casa, ao meu cantinho, é sempre reconfortante, já tinha saudades do mau feitio, da minha mulher.
O que me tocou em sorte é algo indesejável, no entanto tem coisas que nos enriquecem, verdadeiras lições de vida, que nos tornam seguramente melhores humanos, não tenho palavras que definam a minha gratidão, a todos os familiares e amigos que me apoiaram nesta "pega", as orações e velas foram tantas, que receio que o monhé me responsabilize pelos incêndios e que dizer, do gesto de uma criança, que pediu à família para ir à procissão vestida de São João e levar uma vela pelo seu Zézito e de um amigo, há vários anos paraplégico, com uma reforma miserável que me quis entregar o "seu pé de meia" para ajudar a custear o tratamento, só de pensar nestes gestos e muitos outros rolam-me as lágrimas - Estou a ficar mariquinhas.
Grato a todos, mas não quero deixar de manifestar a minha gratidão à minha Isabel (Bela), foi uma heroína, não tenho dúvidas que por vezes o seu sofrimento superou o meu, ao João, à Eduarda e restante família que me obrigaram a enfrentar o "toiro" numa verdadeira Catedral, meus queridos mais que amizade isto é amor, à equipa médica, enfermagem, pessoal auxiliar, administrativos e demais colaboradores da Fundação Champallimaud, profissionais de eleição, que me envolveram de mimos.
Obrigado a todos e até breve!
José Luis Figueiredo
Foto Isabel Magriço/porta dos sustos
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Os melhores momentos de Salvaterra - pela objectiva de Maria J. Mil-Homens
Ventura, Ana Batista e Francisco Palha: praça praticamente esgotada ontem à noite em Salvaterra de Magos na Tourada Real |
Fotos Maria Mil-Homens
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Famosos ontem em Salvaterra - pela objectiva de M. Alvarenga
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Maria João Mil-Homens, Vasco Taborda, Henrique de Carvalho Dias e Mónica Mendes |
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Francisco Palha e os seus bandarilheiros Jorge Alegrias e Diogo Malafaia |
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António Ribeiro Telles |
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Pablo Lozano (à direita), apoderado de Diego Ventura |
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Classe e maestria de primeira figura: Ana Batista |
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D. Duarte de Bragança aplaudindo |
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Nuno Santana, cabo do GFA de Alcochete |
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Vasco Pereira, cabo do GFA de Vila Franca e Duarte Alegrete |
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Maria João Mil-Homens e o conceituado médico cirurgião Manuel Passarinho |
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Victor Hugo Cardinalli |
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José Luis Cochicho |
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Georgina Couto e Rui Moura |
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Manuel Braga e D. Francisco de Mascarenhas |
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A jovem cavaleira Mara Pimenta (à esquerda) com uma amiga |
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Duarte Alegrete e José Luis Gomes |
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O ilustre ganadero João Alves Inácio: noite de toiros sérios e de triunfos |
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César Marques, da empresa do Campo Pequeno |
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Dª Isabel e D. Duarte com o tricórnio de Francisco Palha |
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Maria João Mil-Homens, José Luis Gomes e Ana Batista |
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João Santos Andrade e Helena Lucas |
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João Pedro Bolota em actividade fotográfica... |
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O crítico taurino Francisco Morgado |
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Dieguito Ventura |
Fotos M. Alvarenga
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Nuno Casquinha em ombros ontem no Peru
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Momentos da Tourada Real em Salvaterra - pela objectiva de M. Alvarenga
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Ontem, sábado: 14.819 leram o "Farpas"!
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Cinco praças à cunha este fim-de-semana: Festa Brava vive momento de enorme esplendor
Quatro corridas se realizaram ontem, sábado, à mesma hora, nas praças da Figueira da Foz e das Caldas da Rainha e em portáteis nas localidades de Alcáçovas e Foz do Sizandro (fotos de cima) e todas elas registaram grandes enchentes. Na sexta, em Salvaterra (foto ao lado), a lotação estava praticamente esgotada.
Imagens que comporvam o enorme momento de esplendor que, apesar dos muitos ataques que lhe têm sido feitos, a Tauromaquia está a viver em Portugal.
Para que conste.
Fotos Touradas/Facebook e M. Alvarenga
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Forcado lesionado ontem nas Caldas já está em casa
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Manuel Mendes quando dava primeiras ajudas a Marco Ventura na pega do terceiro toiro branco de Canas Vigouroux ontem nas Caldas da Rainha |

Manuel Mendes, primeiro ajuda do Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita, já se encontra em casa depois de ter sido observado e radiografado no Hospital das Caldas da Rainha e não sofreu, felizmente, nenhuma lesão grave, informa o cabo Leonardo Mathias.
O incidente ocorreu ontem à noite na corrida dos "toiros brancos" de Canas Vigouroux na praça de toiros das Caldas da Rainha, na pega do terceiro toiro da noite, um toiro manso e perigoso lidado pelo cavaleiro Gilberto Filipe, pega essa consumada só à quarta tentativa pelo forcado Marco Ventura.
Manuel Mendes sofreu um fortíssimo embate quando dava primeiras ajudas ao forcado da cara e quando a pega foi desfeita e todos os elementos regressavam à trincheira, caíu redondo no chão e ficou inanimado. Viveram-se na praça momentos de angústia a alto dramatismo e o forcado foi prontamente socorrido e estabilizado ainda na arena pela equipa médica e levado para a enfermaria de maca pelos Bombeiros Voluntários, onde recuperou os sentidos.
Foi depois transportado ao hospital da cidade, onde os exames efectuados descartaram, felizmente, quaisquer lesões e já se encontra em casa.
Na corrida de ontem reapareceu o forcado João Ventura, do mesmo grupo (ver reportagem detalhada já a seguir), que foi um dos lesionados na tristemente célebre e trágica corrida do passado dia 6 em Coruche - que tanta tinta fez correr.
Fotos M. Alvarenga
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João Ventura: "sobrevivente" da trágica corrida de Coruche reapareceu ontem nas Caldas
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Momentos emotivos do regresso às arenas do forcado João Ventura, do Aposento da Moita, um dos lesionados na trágica coorrida de dia 6 em Coruche |
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Martim Cosme Lopes, forcado poderoso do Aposento da Moita, na grande pega ao quinto toiro da corrida |

João Ventura, do Grupo do Aposento da Moita, um dos dois forcados lesionados na trágica corrida do dia 6 em Coruche, regressou ontem às arenas e fez uma rija pega à quarta tentativa na corrida dos "toiros brancos" de Canas Vigouroux
João Ventura foi um dos dois forcados dos Amadores do Aposento da Moita que sairam lesionados da trágica corrida do passado dia 6 de Julho na praça de Coruche, reapareceu ontem nas Caldas da Rainha e fez uma rija pega logo ao primeiro toiro da noite, se bem que à quarta tentativa e depois de nas anteriores ter sofrido sempre violentíssimos derrotes.
Ventura ficou inanimado na arena na noite de 6 de Julho em Coruche e foi dobrado na pega por Luis Fera, que saíu gravemente lesionado e chegou mesmo a estar em coma induzido, sendo transportado de helicóptero pelo INEM para o Hospital de São José, em Lisboa, e transferido depois para o Hospital Militar de Telheiras. Já se encontra recuperado, mas ontem ainda não se fardou.
Nessa fatídica noite, recorde-se, sofreram também aparatosas colhidas os cavaleiros Ana Batista e João Moura Júnior, ambos assistidos no Hospital de Santarém e morreu o cavalo Xeque-Mate de Moura Jr. em virtude de ter partido uma pata.
Duros e complicados, a impôs seriedade e emoção, os "toiros brancos" de Canas Vigouroux deram luta e pediram contas aos cavaleiros e aos forcados ontem bas Caldas (praça cheia). Artisticamente, os melhores momentos da corrida foram protagonizados por Rui Salvador, Luis Rouxinol e Manuel Telles Bastos. Gilberto Filipe lidou superiormente um toiro perdido de manso (terceiro) que não lhe permitiu uma actuação brilhante, Rouxinol Jr. não acertou na colocação do ferro ao quinto toiro, que recebeu com uma emocionante porta gaiola e deixou o comprido muito traseiro, atingindo o rim do toiro, que por isso veio a menos e não proporcionou grande brilho ao toureiro. António Prates lidou em último lugar um toiro que saíu visivelmente combalido e com problemas de locomoção e que não foi recolhido, pouca luta dando ao longo da lide.
A corrida ficou marcada por duas grandes pegas de ambos os grupos, os Amadores do Aposento da Moita e os Amadores das Caldas da Rainha.
Francisco Mascarenhas, cabo do grupo anfitrião, fez uma pega verdadeiramente colossal à primeira tentativa ao segundo toiro da noite, imponente e com 620 quilos, aguentando um poderoso derrote e sem nunca sair.
Martim Cosme Lopes, do Aposento da Moita, realizou uma pega poderosa e tecnicamente perfeira ao quinto toiro da corrida, também ao primeiro intento.
Pelos moitenses e para além do já referido João Ventura, foi ainda cara Marco Ventura (terceira pega) à quarta tantativa. Pelo Grupo das Caldas, além do cabo, pegaram Francisco Esteves (à segunda) e Duarte Manoel (à primeira).
Mais logo não perca a detalhada análise de Miguel Alvarenga e todas as fotos de Maria João Mil-Homens desta corrida de ontem nas Caldas da Rainha, bem como toda a informação sobre as restantes corridas realizadas ontem na Figueira da Foz, na Foz do Sizandro e em Alcáçovas
Fotos M. Alvarenga
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15 de Agosto: mais um "corridão" nas Caldas!
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Francisco Palha dá o exemplo em Lisboa... e os outros?...
Quem entra na cidade de Lisboa, vindo da auto-estrada do Norte (A1) ou da Ponte Vasco da Gama, depara-se à entrada da 2ª Circular, com este outdoor: "Ser toureiro é o que me faz feliz".
O mesmo foi promovido pelo cavaleiro Francisco Palha e é um exemplo para todos. Quando a Câmara de Lisboa retirou o boneco do toiro e do toureiro dos sinais de trânsito indicando o rumo para a praça do Campo Pequeno, haja quem nos defenda e nos engrandeça!
E os outros? A chamada PróToiro fez alguma coisa parecida?...
Foto D.R.
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Ontem. domingo: 14.234 leram o "Farpas"!
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Ana Rita e Leonardo Hernández em ombros em Navahondilla (Ávila)
A cavaleira portuguesa Ana Rita cortou as duas orelhas ao seu primeiro toiro no sábado em Navahondilla (Ávila, Espanha), sendo ovacionada no segundo. A jovem toureira sofreu uma aparatosa colhida quando montava o cavalo "Zaquero" na lide do primeiro toiro, felizmente sem consequências.
Actuou mano-a-mano com o rejoneador espanhol Leonardo Hernández, que foi ovacionado no primeiro toiro do seu lote e cortou as duas orelhas ao segundo. Os toiros pertenciam à ganadaria de El Capea. Os dois cavaleiros sairam em ombros.
Foto D.R.
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5 orelhas em 2 tardes: Casquinha ganha Escapulário de Ouro na Feira de Pauza (Peru)
Prosseguindo a sua triunfal temporada no Peru, o matador Nuno Casquinha conquistou este fim-de-semana o Escapulário de Ouro na Feira de Pauza, ao cortar um total de cinco orelhas em duas tardes.
Depois de na primeira corrida ter cortado três orelhas e saído aos ombros, cortou mais duas ao seu primeiro toiro na segunda tarde, voltando a sair em ombros.
Este toiro era da ganadaria de San Isidro e Casquinha esteve enorme nos três tércios, matando de uma estocada fulminante. Mas a grande actuação do valoroso toureiro luso aconteceria no seu segundo toiro, de Ivan Rodríguez. Um "faenão" merecedor dos máximos troféus, mas o toiro tardou em cair e fez com que tudo ficasse por uma calorosa ovação.
Foto D.R.
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João Grave esclarece polémica da 5ª pega no Campo Pequeno
João Grave, cabo dos centenários Forcados Amadores de Santarém, deu a conhecer na página oficial do grupo na internet o seu ponto de vista sobre o caso da pega ao quinto toiro (que partira um corno no final da lide) na corrida de quinta-feira passada no Campo Pequeno
Muito se tem falado e escrito sobre alguns acontecimentos da corrida do passado dia 25 de Julho no Campo Pequeno.
O cartel foi composto pelos cavaleiros João Ribeiro Telles filho, Francisco Palha e Luis Rouxinol filho. A ganadaria Murteira Grave comemorava os 75 anos da sua fundação e o Grupo de Forcados Amadores de Santarém repartiu cartel com o Grupo de Forcados Amadores de Coruche.
Vivemos num mundo em mudança. O que está certo hoje, amanhã deixa de estar. A internet, através dos sites e redes sociais, faz com que a informação (ou desinformação) se espalhe a uma velocidade relâmpago e somos dia a dia bombardeados com as mais diversas opiniões, das mais diversas pessoas, sobre os mais diversos temas. Com toda esta diversidade de ideias é dificil, hoje em dia, seleccionar através de onde queremos construir as nossas opiniões sobre os temas da actualidade.
Formas de pensar que antigamente não faziam sentido hoje em dia ganham protagonismo por aparecerem repetidas, vezes sem conta, nas palavras de tanta gente sem conhecer sequer a origem de tais ideias. Aquilo que as massas fazem ou opinam passa a ser a nossa linha de orientação, pois temos tendência em ir atrás das maiorias. Como me disse uma vez o meu Avô: "É mais fácil ser carneiro do que pioneiro".
Estas tendências fazem com que a tauromaquia, parte da cultura e identidade do nosso povo e outrora amada por muitos, seja hoje odiada por alguns. Amanhã? Não sei..
Desde pequeno fui ensinado a apreciar a tauromaquia pela sua componente artística e pela ética, ou conjunto de valores morais, que o espectáculo transmite. Crescido numa família criadora de toiros de lide, fui educado a ver o toiro como o protagonista do espectáculo. Lembro-me de ser contagiado com a emoção que sentia no meu Pai, quando saía um toiro bravo de verdade.
Com a actual disponibilidade de meios para canalizar a divulgação de ideias, uma ferramenta facilmente usada para que uma ideia ganhe dimensão é a criação de escândalos e parece que é o que também não falta neste meio taurino.
Apenas para citar um exemplo recente vi que houve quem tivesse ficado escandalizado com a morte do cavalo Xeque-Mate do cavaleiro João Moura filho, no passado dia 6 de Julho em Coruche. Eu não fiquei. Escandalizado poderia ficar se visse morrer um actor num espetáculo teatral, mas não um cavalo numa corrida de toiros que é um espectáculo real. Fiquei apenas triste. Fiquei triste porque também já montei a cavalo com regularidade e ao ler as palavras do João sobre a perda do seu cavalo lembrei-me de como é forte a ligação que se cria entre um cavalo e o seu cavaleiro. Fiquei triste porque o Xeque-Mate era a extensão do João para a criação duma forma artística. Arte essa que não vamos voltar a ver, pelo menos da forma como fazia este conjunto, mas que seguramente voltaremos a ver o João criar e reinventar com outros cavalos.
Há quem tenha ficado escandalizado pelo Grupo de Santarém ter pegado o quinto toiro da corrida do dia 25. Eu também não fiquei. Voltei a ficar triste e desta vez porque gostava que o Grupo de Santarém tivesse feito três pegas como a que fez ao primeiro toiro da noite..
O Grupo de Forcados Amadores de Santarém apresentou-se pela primeira vez em praça no dia 8 de Agosto de 1915, capitaneado pelo Exmo. Senhor António Abreu. Não tive a oportunidade de conhecer quais eram os valores que regiam a sociedade da época mas certamente que alguns terão sido preservados pelo Grupo até aos dias de hoje. Numa sociedade com valores tão voláteis uma instituição capaz de atravessar séculos tem que ter sem dúvida uma dose de flexibilidade para se adaptar a todas essas alterações, mas por outro lado uma espinha dorsal e uma identidade bem definidas, para sobreviver às mudanças de pensamento.
Voltando ao quinto toiro da corrida aconteceu que este mostrou sinais de ter partido um corno, ao bater nas tábuas, quando era colocado para a pega. Se o toiro fosse recolhido sem ser pegado, após a ordem do Director de Corrida, Exmo. Senhor Tiago Tavares, nesse sentido eu não ficava escandalizado. Um dos desafios comuns a alguém que dirige uma corrida, ou que comanda um Grupo de Forcadosé a capacidade de se abstrair de factores externos e tomar decisões rápidas e acertadas. No meu caso como não vi nenhuma diminuição física no toiro que limitasse a realização da pega de cernelha com dignidade e não quis arriscar dar nenhum passo em falso, insisti com o Director de Corrida para que esta nos fosse autorizada, acabando por obter resposta positiva. Para melhor compreensão sobre o que se passou a seguir, vou citar parte do Artigo 54.º do Regulamento do Espetáculo Tauromáquico em vigor:
“(…) 2 - As pegas de caras ou de cernelha não devem exceder os 10 minutos, sendo o primeiro aviso dado ao fim de cinco minutos, o segundo três minutos depois e o terceiro dois minutos depois, indicando o fim da atuação. 3 - Quando a pega de cernelha ou de caras for realizada como recurso, são acrescidos cinco minutos ao tempo previsto no número anterior. 4 - (…)” (Decreto-Lei n.º 89/2014. Diário da República, 1ª série-N.º 111 - -11 de Junho de 2014)
Após ordem para recolha do toiro antes do tempo previsto por lei para a realização da pega e dada a dificuldade em encabrestar o toiro, fomos forçados a realizar a pega de caras como recurso, que felizmente aconteceu de forma rápida.
No final de toda esta situação fiquei contente por ver um grupo de homens, amigos a resolver uma situação que se acabou por tornar incómoda para todos, de forma rápida, eficaz, sem gritos, hesitações ou alaridos e com um sentido de dever muito bem definido. Dentro dos muitos valores que norteiam o Grupo de Santarém encontra-se o respeito pelo toiro bravo e pelo público e por isso fiquei triste por ter ouvido muitos assobios na bancada e suspeitar que alguns pudessem ser dirigidos ao Grupo de Santarém.
Espero desta forma conseguir esclarecer os aficionados sobre algum mal-entendido que se possa ter originado na corrida.
João Grave
Fotos Fernando Clemente e Emílio de Jesus/Arquivo
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Ana, Romero e David Gomes triunfam ma Foz do Sizandro
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Ana Batista em noite de triunfo, depois de na véspera ter também brilhado em Salvaterra |
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Andrés Romero galvanizou o público |
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David Gomes e o ganadero Diogo Pasanha, merecidamente premiado com volta à arena pos mais um sucesso da ganadaria |
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O Grupo de Forcados Amadores de Tomar com a conselheira nacional do CDS/PP Isabel Margarida Coelho, a quem brindaram uma pega |
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Andrés Romero e Cláudio Miguel, seu bandarilheiro de confiança |
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David Gomes com os seus bandarilheiros |
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António Nunes, apoderado em Portugal do rejoneador Andrés Romero |
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Paco Duarte com Carlos Pereda e Francisco Moreno e em baixo com Ana Batista, que lhe brindou uma lide em nome de uma amizade e antiga união profissional de muitos anos |

Praça cheia e noite de triunfos para todos os artistas intervenientes no último sábado na já tradicional corrida da Foz do Sizandro.
Um grande curro da ganadaria Passanha, com chamada do ganadero à praça.
Ana Batista muito bem no primeiro toiro e menos regular no segundo do seu lote, o pior dos seis.
O espanhol Andrés Romero galvanizou o público com o seu toureio alegre e diversificado, brilhando sobretudo no segundo toiro do seu lote, reafirmando o grande momento da sua quadra de cavalos.
David Gomes demonstrou que também triunfa sem o cavalo Campo Pequeno! Duas lides a impor-se e a provar que é toureiro de cavalo e continua muito bem montado, mesmo sem o craque que tanta tinta fez correr.
Pegaram os grupos de forcados amadores do Ribatejo (João Oliveiraà primeira tentativa e Ricardo Jorgeà segunda), da Moita (David Solo e Fábio Silva, ambos à segunda) e de Tomar (Vasco Freitasà primeira e Renato Pereiraà terceira).
Dirigiu a corrida o novo director José Soares, assessorado pelo médico veterinário José Mnauel Lourenço.
Fotos D.R./Farpas
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Caetano triunfa na Feira do Chocalho das Alcáçovas
Aqui fica, com a devida vénia, a crónica de Miguel Ortega Cláudio no site tauronews.com sobre a corrida de sábado em Alcáçovas, onde o triunfador foi João Moura Caetano
As Alcáçovas terra de Chocalhos, Doces, Toureiros e Forcados : O fabrico de chocalhos é uma arte milenar que tem no território alentejano a maior expressão a nível nacional, especialmente para a freguesia de Alcáçovas.
Uma “vasta riqueza de doces palacianos” marca também a identidade desta terra, que ao longo de séculos foi ponto de passagem da realeza e habitado por famílias nobres. Aqui montou sede de vida uma das famílias mais toureiras de Portugal, a Núncio. João Núncio, o“Califa de Alcácer”, seu filho José Barahona Núncio, seu neto Francisco e seus bisnetos Francisco e António. São vários também os forcados que envergaram as jaquetas das ramagens em vários grupos.
Quis em boa hora a Associação Tauromáquica Alcaçovense reactivar a corrida de toiros na Feira do Chocalho e o resultado foi uma grande noite de toiros que contou com meia casa forte de público.
Toiros de duas ganadarias da região e muito queridas pelas gentes desta vila, Passanha e Charrua.
Três cavaleiros dinásticos António Brito Paes, João Moura Caetano e o praticante Francisco Núncio. Também dois grupos de forcados Amadores com grandes ligações à terra, Lisboa e São Manços.
Abriu praça António Brito Paes diante de um toiro da ganadaria Charrua de bom jogo. Brito Paes tem escola, tem bases e está bem montado – uma trilogia importantíssima para se ser cavaleiro tauromáquico e neste toiro deu provas disso. É um clássico, um artista, é um excelente equitador e é um toureiro com princípios e que se rege por uma linha clássica, de verdade e de emoção e neste primeiro da noite demonstrou tudo isso, cravando com verdade bons Ferros em dois cavalos que faziam a sua estreia.
O quarto da noite foi um Passanha, bem apresentado e algo reservado, Brito Paes puxou novamente de todos os princípios atrás referidos para dar a “volta à tortilha” e realizar uma lide positiva.
João Moura Caetano no seu primeiro, um toiro bonito e bravo de Charrua, destacou-se logo nos compridos, a aguentar até ao fim, cravando com acerto, depois de dar toda a prioridade ao toiro. E seguiu a sinfonia de arte nos curtos com o cavalo Campo Pequeno, com ferros cingindos e ajustados. Os ferros da sua marca fazem do seu classicismo uma epopeia de bom toureio.
No quinto um toiro nobre e com qualidade Passanha, Caetano pisou terrenos de risco e cravou com batida ao piton contrário, ao estribo, com a verdade do seu toureio, com o sentir da sua arte. Grande lide de principio a fim e triunfo absoluto na vila das Alcáçovas.
Francisco Núncio jogava em casa e em primeiro lugar lidou um bom toiro da ganadaria Passanha, nobre e com classe. O cavaleiro praticante acusou algum nervosismo no inicio da lide mas recompôs-se e desenvolveu uma lide agradável, com ferros vistosos, pondo emoção, demonstrando atitude e querer.
O sexto da noite um “colorado” de Charrua, distraído e com algumas querenças, o mais jovem da terna não lhe virou a cara, foi à luta, deu-lhe prioridade, aproveitou-lhe o som e o resultado foi uma lide de um tremendo valor. Boa passagem de Francisco pela sua terra.
O grupo de Lisboa a comemorar 75 anos e o de São Manços voltavam às Alcáçovas depois de em 2017 aqui terem medido forças.
Abriu praça Mário Real pelos Amadores de Lisboa numa boa pega executada à primeira tentativa. João Maria Bagão, numa excelente pega à primeira tentativa com o toiro a fugir ligeiramente ao grupo mas com o forcado da cara com alma a não querer sair. Fechou a noite pelos de Lisboa, António Galambaà segunda tentativa com um toiro a vir por baixo e a dificultar o momento da reunião.
Pelos amadores de São Manços abriu a noite Sérgio Passos, que brindou a sua sorte aos amadores de Lisboa pelos seus 75 anos, à primeira tentativa numa boa pega de caras. Diogo Coutinhoà quarta tentativa num toiro a vir sempre por baixo e a derrotar nas canelas do forcado. Fechou a noite de pegas João José Rosmaninhoà segunda tentativa. Nas duas tentativas o João esteve enorme a aguentar os derrotes mas primeira tentativa faltaram ajudas para a pega se concretizar.
A qualidade e bravura apresentadas pelo segundo toiro quanto a mim poderia ter sido merecedora de volta à arena ao ganadero Gustavo Charrua.
Dirigiu a corrida o director Domingos Jeremias, assessorado pela médica veterinária Ana Gomes.
Miguel Ortega Cláudio/tauronews.com
Foto D.R./@João Moura Caetano/Facebook
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